domingo, 20 de junho de 2010

Vocabulário

- Mamãe, por que vc tá triste?

- Ah, filha, é só cansaço...

- Hum. Você está exausta?

- Isso aí, filha...

sábado, 19 de junho de 2010

Inveja de Gisele

O filho de Gisele Bundchen, aos 6 meses, faz cocô no penico. A consciência ecológica levou a modelo a adotar a técnica de um livro americano. Todo dia, contou ela, Benjamin mama por volta das três da tarde e, "cinco minutos depois, pum". Ainda usa fraldas pro xixi, infelizmente, mas pelo menos são biodegradáveis. Sem trocadilho, um modelo de mãe. Pois eu confesso: invejo estes modelos de mãe, que dão à luz espontaneamente (o de Gisele nasceu na banheira de casa), amamentam até os 2 anos, educam os filhos sob os preceitos mais modernos da psicologia, sem gritar e muito menos bater - e tudo dá certo. O filho dorme desde bebezinho, come que é uma beleza, e a malcriação é contida simplesmente pela técnica do cantinho pra pensar. Eu queria ser perfeita também. E aí, graças a Deus, me lembro que ninguém, ninguenzinho, é perfeito.

Alguma coisa não encaixa bem nessas famílias felizes de comercial de margarina. Fico me perguntando: e quando acabam os 30 segundos, e quando acaba a entrevista, será mesmo que tudo continua dando certo assim? Tá mal contada essa história, vocês não acham? Porque na minha família (e na dos amigos que me contam suas experiências), coisas dão errado.
De vez em quando tenho que meter a filha à força no chuveiro, levo tapa em crises de ira dela e, se a conversa e o tempo pra pensar não surtem efeito, dou palmada. E choro de madrugada exaurida porque o bebê desperta às quatro da manhã e penso por que mesmo me meti nisso (pra me lembrar no instante seguinte que amor é isso, mas eu choro de cansaço). Nesses tempos de politicamente, ecologicamente, psicologicamente correto, além de triste e desgastada, me sinto culpada, porque raras são as pessoas que confessam "pecados" assim... Pecados ou humanidades? A vida real é a minha, a sua, a que rola depois nos bastidores.
E aí, Gisele, aí não tem dor de barriga nem cocô explosivo? Fome fora de hora? Golfada na blusa nova na hora de sair, choro de cansaço? E o que fazemos quando o diálogo se esgota, as forças acabam e a técnica da Supernanny, ou do Içami Tiba, falha? Porque falhar, falha. Ou não seríamos humanos.

PS: Este post é dedicado à Nara, com quem compartilho tantos desses pequenos dramas da vida real.


quinta-feira, 10 de junho de 2010

Criança tem cada uma II

- Mãe, tinha uma manada de mosquitos aqui no quarto!

- A Palatinik me de um abraço tão apertado que eu fiquei com dor de cérebro...

- Ah, esqueci a palavra. Aquele abraço da Palatnik foi tão forte que eu até perdi as letras aqui dentro da cabeça...

Sofia, 4 anos e meio

terça-feira, 1 de junho de 2010

Criança tem cada uma...

" - Mãe, eu quero que você só morra depois do papai e de mim, pra vc sempre poder cortar minhas pelinhas da unha..."

"- Mãe, olha o meu tomara-que-caiba"...

"-Não tem graça! Quero tranquilidade pra escrever meu texto de balé!" (NdaR: ela nem escreve, nem faz balé...)

"Debaixo da cama é meu lugar de brincar. E de chorar, quanto tô chateada"

Na Voluntários da Pátria: "- Pra que país vai este ônibus, mãe?"

"Nova York existe mesmo? Verdade verdadeira?"

"Ainda bem que na Copa do Mundo, o nosso mundo é o Brasil, que vai ganhar, né?"

Sofia, aos 4 anos e meio.