Como eu em relação à maternidade, Sofia está vivendo intensamente a “fraternidade”. Aliás, foi ela quem começou, no início do ano, a campanha. Todo dia, enfiava uma boneca debaixo da blusa e fazia um bebê nascer, e me disse algumas vezes: “Mãe, sabia que tem um bebê aí na sua barriga? Vai nascer em dezembro...” E passou a dizer eventualmente, como num ato falho, “nosso” pai, em vez de “meu” pai, “nosso” quarto... Nós, que já tínhamos vontade, entendemos o recado e gostamos da ideia. E de onde ela tirou isso? Do desejo de ter um irmãozinho; da idealização; e da conexão espiritual que certamente já tinha com ele - criança é esponjinha, sente e pressente tudo.
Só contamos pra ela com 12 semanas de gravidez, pra não criar expectativa muito cedo - afinal, nove meses para uma criança de 3 anos é um tempo tão incalculável quanto são os R$ 45 milhões da Mega Sena pra mim.
E desde então vamos incluindo o bebê na rotina dela, com calma, pra não criar ansiedade ou ciúme – já começaram as bobagens pra chamar a atenção, dengos do nada, mau humor... Outro dia teve esta: “Mãe, o nosso irmãozinho não vai poder dormir no meu quarto. Senão, ele vai chorar e me acordar...” Ao mesmo tempo, acostumada desde cedo a emprestar ou doar roupas e brinquedos que não usa mais, ela passou a pensar nele: “Ah, este brinquedo podemos guardar pro bebê!”, “Esse cobertor não tá cabendo, meu pé fica de fora; melhor deixar pro nosso irmão...”
Ontem de manhã, fomos buscar o berço no Malu e Miloca, um brechó infantil muito legal no Humaitá (445 da Voluntários). À noite, ao chegar em casa com Marcelo, nem pediu para ligar a TV: “Pai, vamos montar o bercinho?”. Marcelo bem que tentou demovê-la da ideia, depois despistá-la... Mas, às onze da noite, cheguei do trabalho e, assim que abri a porta, ela veio correndo, sorridente: “Mãe, agora que você chegou, pode ajudar a gente a montar o bercinho!”. Fiquei tão comovida que quase aceitei o desafio de armar a traquitana àquela hora da noite, sem lugar pra pôr nem fechado, que dirá aberto - Sofia já disse que precisamos nos mudar, “nossa casa é muito apertada”. Então me controlei e expliquei que, antes de montar o berço, a gente tem que abrir espaço, arrumar um monte de coisas, a começar por aqueles brinquedos ali na sala, e além disso eu precisava comer alguma coisa. Afinal, a caminha dele, por enquanto, é dentro da barriga da mamãe, que precisa estar quentinha... Não por isso. “Então vai comer tudinho, que eu vou arrumando aqui...”
Teste
ResponderExcluirOi Itala!
ResponderExcluirParabéns para o Blog e também para o bebê!!!
bj,
Dani (mae Gabriel - Sá Pereira)